quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Rodopi - Родопи

São 23h no horário de verão na cidade de Varna, hora ideal para se pegar um Comboio e viajar em direção a Plovidv com maior tranquilidade. Plovidv é a segunda maior cidade da Bulgária e local ideal para se buscar um transporte que nos leve a Rodopi (em português Ródope). A viagem seguiu-se tranquila, numa cabine com 6 pessoas, felizmente duas mães e duas crianças, não seria legal ter um concerto por toda viagem.


Chegando às 05:30h em Plovidiv, após 6 horas de viagem, tivemos de correr para apanhar o primeiro micro-ônibus que iria nos levar para região montanhosa de Rodopi. "O Ródope é uma cordilheira do sudeste da Europa que se estende da Bulgária até a Grécia. Seu ponto culminante, o Perelik (2.191 m), é o sétimo mais alto monte búlgaro. A região é articularmente conhecida pelas áreas de carso, com profundas gargantas de rios, grandes cavernas e formas esculpidas, como a Garganta TrigradMais de 83% da área da cordilheira estão em território búlgaro."

Para chegar ao destino que era o encontro com nossa amiga Kristina, mais 2 horas de viagem, subindo e subindo. Toda localidade se mostrou linda e de uma natureza exuberante: árvores, rochas, rios e pequenos vilarejos que resistem ao passar do tempo para nos contar suas histórias. 
Descemos em Pamporov, local onde Krasi havia marcado com nossa amiga Kristina. Esperando nossa carona pude respirar pela primeira vez o ar de Rodopi, um pouco frio, afinal é verão? Por ser uma região localizada nos Balcãs e de grande altitude, quando o sol se põem é o frio quem chega. Nesse dia havia chovido e o tempo estava fechado.

Nossa carona chega e vamos em direção ao Selo Gela. Mais 40 minutos de viagem, agora, junto da amiga Kristina, sua mãe e sua filhinha. Chegamos até um ponto onde se permitia ir de carro, de lá para cima foi caminhando. Bagagem nas costas e seguimos viagem andando, subindo cada vez mais. Por toda caminhada passávamos por pequenas casas e vistas únicas.

Chegando ao Selo Gela (local almejado), estava acontecendo um festival, onde se reúne música, religião e se chama Ilidem. Logo me deparo com um mega churrasco de 12 ovelhas, ciganos espalhados por todos os cantos vendendo suas parafernálias, músicos de Kaba Gaidi afinando seus instrumentos e dançarinos envolvidos em danças típicas do folclore búlgaro, todos numa completa harmônia.    

Passamos o dia contemplando o quão belo é a música folclórica búlgara e suas montanhas, seu povo e tudo que uma região como Rodopi pode nos proporcionar. Após algumas horas decidimos descer, escolhendo outro caminho para volta. Por um certo tempo paramos em uma pequena igreja, onde algumas senhoras nos receberam com sorrisos abertos e aproveitamos para tirar fotos e bater um papinho com elas. 

Fotografando esta igreja percebi vários túmulos no terreno, depois descobri que é uma pratica no interior da Bulgária enterrar dentro das suas dependências pessoas que trabalharam na mesma. 

Seguindo viagem descemos para SELO Shiroka Laka, onde paramos para saborear o famoso prato da região, Patatnik (algo como uma omelete de batata) e conhecer um pouco da pequena cidadezinha, que na época do império otomano, viu seus moradores serem obrigados a construir uma Igreja em 40 dias, cumprindo tal ordem para não terem suas cabeças cortadas. Fizeram um ótimo trabalho!

De lá fomos para Pamporovo, onde passamos à noite. No outro dia seguimos para Asenovgrad e por fim Plovdiv, local que deu início à aventura. Plovidiv não é apenas depois de Sofia a maior cidade da Bulgária, é também uma região muito antiga, com sua arquitetura peculiar e seu Teatro Romano, que fazem de Plovidiv um local de fluxo intenso de turistas.  
Após conhecer a parte antiga da cidade era hora de deixar nossos amigos, que seguiram para Sofia e eu com minha companheira pegamos nosso comboio retornando para Varna, deixando para trás o frio de Rodopi e o calor de 38º que fazia em Plovdiv.